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Educação Integral - a construção da qualificação profissional dos (as) trabalhadores (as) para os (as) trabalhadores (as)

17/11/2022

Nos dias 09, 10 e 11 de novembro do ano de 2022, dirigentes sindicais de diversos segmentos reuniram-se para estudar e discutir o tema Educação e Trabalho na ESS da CUT e na EHTCI/CUT.

Escrito por: Escola Sul da CUT

Nos dias 09, 10 e 11 de novembro do ano de 2022, dirigentes sindicais de diversos segmentos, participantes do curso de Formação de Formadores inicial, reuniram-se para estudar e discutir o tema Educação e Trabalho na Escola Sindical Sul da CUT e na Escola de Hotelaria e Turismo Canto da Ilha (EHTCI/CUT).
 
A mística esteve presente no momento inicial do módulo com a apresentação da música “Trabalhador”, de Seu Jorge, a qual trouxe um momento de reflexão da nossa vida enquanto trabalhadores e trabalhadoras e das dificuldades que a classe tem enfrentado com a precarização das relações de trabalho advinda da reforma trabalhista. Também foi dado enfoque à discriminação social e racial presente no cotidiano do trabalhador. Na sequência, foi apresentada uma série de fotos com foco na formação educacional, as quais levaram o grupo a caracterizar os dois tipos de formação, a profissionalizante (sistema S) com investimentos tecnológicos, e a educação libertadora com viés político e metodologias mais acessíveis e populares.
 
Foi feita uma análise da conjuntura do período dos anos 70 até os dias atuais, observando o cenário político construído pós-eleições 2022 abordado por Celso e Adriana. A turma ainda recebeu uma avaliação das atividades realizadas entre os módulos 2 e 3, buscando ver os pontos positivos e negativos da campanha, analisando os ganhos ou desgaste político, para assim tentar vislumbrar uma melhora futura nas relações políticas para trazer a esperança de volta ao povo brasileiro. 
 
Desmistificando ainda a vida de ser uma monotonia, é preciso quebrar o natural que acomete o cotidiano, aprendendo a entregar o nosso corpo, sabendo conhecer e dialogar com ele e com o outro que está ao seu lado no local de trabalho e na vida.  Assim reconhecemos que a nossa mão de obra, seja braçal ou intelectual, não pode ser tratada como uma mercadoria como acontece no capitalismo, ou seja, como uma moeda de valor de troca e de uso, mas sim deve existir para atender nossas necessidades básicas de moradia e alimentação, em que um setor esteja ligado ao outro, mas para que todos tenham as condições básicas para uma vida digna, contrapondo a lógica social do capital de tudo transformar em mercadoria e lucro para o capitalismo. Diante do exposto, em que uma pequena parcela se beneficie de todo capital, e a grande maioria viva em condições precárias de moradia e de insegurança alimentar e, até mesmo, passando fome. “Este contingente de trabalhadores constitui-se principalmente por mulheres, jovens, imigrantes, população negra e por trabalhadores com pouco acesso à educação básica e profissional.”1
 
A disputa de capital, a competitividade, o consumismo e, inclusive, o capitalismo tomaram conta das bases sindicais, por mais que se tenha uma visão distinta, foi percebido que ali nessa turma houve uma disputa, em que foi trabalhada a criação de um projeto imobiliário, e isso está impregnado na sociedade, uma vez que a sociedade vive neste sistema. Assumindo o papel de educador e educadora, cabe a reflexão de que o trabalho concreto tem por fim um produto, diferentemente do trabalho abstrato que não apresenta um trabalho palpável, uma vez que se consegue identificar a importância de valorizar de forma igualitária as diferentes formas de trabalho, apenas são formas diferentes de se realizar. 
 
E se percebe a diferença de valorização do ensino básico para o ensino universitário, no qual o ensino básico deveria formar as pessoas para aprender a viver na sociedade atual, com uma educação voltada à vida humana e social, indo além da competência técnica e política, observando a dimensão de totalidade do conhecimento.
 
As resoluções da CUT, que tratam sobre formação e educação, sugerem uma educação participativa e democrática, observando cultura e identidade dos educandos. “A Formação profissional é, numa concepção CUTista, um projeto educativo global e emancipador. Portanto, deve ser entendida como o exercício de uma concepção radical de cidadania. A CUT recusa a concepção de formação profissional como simples adestramento/treinamento ou como mera garantia de promoção da competitividade nos sistemas produtivos”,2 e a “Formação profissional sem educação básica serve ao aprofundamento da precarização das relações de trabalho e converte-se em adestramento dos trabalhadores”3. Realizando um contraponto à perspectiva dualista de educação que se expressa em uma formação diferenciada para ricos e pobres, do formato atual de educação.
 
As competências da sociedade são tratadas de forma errônea por ela mesma, em que alguém que possa ensinar conteúdos, não é aceito por não ter uma formação específica, desmerecendo assim o formato de sistema de ensino integral, que traz uma forma de educação no qual o educando que promove o seu conhecimento, e apenas existem os mediadores, que trazem meios de buscar o conhecimento. Da mesma forma, como o formato de avaliação não é o ideal, no qual apenas o professor realiza a avaliação dos alunos, já no formato proposto pela CUT, vemos que há uma possibilidade de avaliação colaborativa, em que os educandos realizam uma autoavaliação, e juntamente com os educadores definem o seu nível de conhecimento sobre os conteúdos.
 
A CUT, com suas bases sindicais, mantém um posicionamento no qual é contra todos os atos antidemocráticos que vem acontecendo no Brasil nos últimos dias, contra a privatização das estatais e os cortes em saúde, educação e segurança que vem acontecendo com frequência. O que se busca é um Brasil com pleno desenvolvimento, com trabalho honesto a todos, onde todos tem o direito à moradia e à alimentação, e onde no cenário político atual, que temos muito pelo que lutar para garantir nossos direitos e nossa dignidade. O país precisa voltar a ser unido com amor, trabalho e com uma educação mais eficaz e proativa, trazendo a cultura, a identidade e o conhecimento de todos para se ter um Brasil mais livre, justo e unido novamente. Essa etapa foi mais um momento gratificante, muito produtivo e de muita reflexão com o trabalho e a educação brasileira, serviço mais digno e educação para todos os brasileiros.
 
 
Colaboradores: Alexandre, Camile, Cleusa, Fred, Giselle, Hanelore, Jaqueline Lucas, Mari Rodrigo, Rosélia
 
 
1 A educação profissional na PNF: a experiência da escola de turismo e hotelaria canto da ilha;
2 Resolução quinto congresso nacional da CUT (CONCUT, 1994);
3 Resolução sexto congresso nacional da CUT (CONCUT, 1999) 
 
Confira as imagens:
 
 
 
 
 
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