ESCOLA SUL > LISTAR NOTÍCIAS > CSA REPUDIA “INJUSTA CONDENAÇÃO DOS CAMPONESES DE CURUGUATY”

CSA repudia “injusta condenação dos camponeses de Curuguaty”

21/07/2016

“Julgamento está repleto de arbitrariedades”, denuncia entidade

Escrito por: CSA

Reproduzimos abaixo documento publicado pela Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Américas (CSA) exigindo justiça para os camponeses de Curuguaty, arbitrariamente condenados no Paraguai pelo simples fato de lutarem em defesa de um pedaço de terra.

A CSA manifesta seu profundo repúdio frente à injusta condenação à prisão aos 11 camponeses acusados pelo massacre de Curuguaty, em um julgamento repleto de arbitrariedades.

Ficou demonstrado que não houve invasão, nem associação criminosa clandestina, como pretendeu argumentar a promotoria e pelo qual solicitaram penas máximas de prisão. As camponesas e os camponeses de Curuguaty estavam associados legalmente a uma comissão de vizinhos reconhecida pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), que lhes autorizou a tramitação. O massacre de Curuguaty foi um ataque às famílias camponesas pelo simples fato de buscar terra para trabalhar e viver com dignidade. O julgamento cheio de irregularidades e contradições foi, na prática, a continuação deste ataque, sem nenhum policial imputado, sem nenhuma acusação provada e sem que se investigasse a morte de um único dos 11 camponeses assassinados.

O massacre de Curuguaty e esta sentença que condena 11 camponeses a penas de prisão mais altas, que vão de quatro a 30 anos, sem que se haja provado nenhuma das acusações da promotoria, abre um grave precedente de flagrante violação aos direitos humanos e ao devido processo no Paraguai, tal como acontecia em plena ditadura de Alfredo Stroessner, e põe a descoberto a articulação dos poderes econômicos com o sistema judiciário e os aparelhos repressivos do Estado paraguaio.

A CSA apóia os camponeses e suas famílias em sua luta por saber o que aconteceu e quem são os verdadeiros responsáveis pelo massacre, e defende que haja justiça para todas as famílias perseguidas e enlutadas.