Vindos de todas as regiões do Pará, cerca de 800 agricultores e agricultoras familiares participaram nesta quarta-feira (20), em Belém, da primeira etapa do Grito da Terra Pará (GTP), que nacionalmente é organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e nos estados pelas federações.  A segunda etapa será em novembro, ainda sem data definida.

O Grito da Terra Pará finalizou com uma agenda na qual as reivindicações serão debatidas uma a uma por setor.  Foi estabelecida uma mesa de negociação para o dia 23 de junho em que os setores produtivo e de infraestrutura das estradas e segurança serão os primeiros pontos negociados.

“Eu acredito na capacidade de mobilização do povo, na força do povo, se estivermos unidos, teremos força o suficiente para conduzir da melhor forma possível o processo de negociação destas pautas”, finalizou o presidente da Fetragri-Pará, Diassis Soliadade.

Altamira

No município de Altamira, também estão acontecendo mobilizações ligadas ao GTP, com trabalhadores e trabalhadoras rurais ocupando a BR, BR-230. A pauta principal é Belo Monte, onde apenas o projeto empresarial avançou, com 80% dele já construído, sem que as demandas sociais como a regularização fundiária, regularização ambiental, financiamento agrícola, Minha Casa Minha Vida, e Luz Para Todos também avancem.  

Durante a ocupação, um motorista de carro atropelou alguns dos manifestantes. Daniel Vilanova Dias, 41, Leidiane Drosdroski Machado, 28, e Mateus Silva, 13. O casal não resistiu aos ferimentos e morreu. O adolescente foi encaminhado para o Hospital Municipal São Rafael.

Belém

Em Belém, homens e mulheres ocuparam a sede do Incra e entregaram as suas reivindicações para os representastes da instituição, mas também cobraram dos representantes da Rede Celpa/ Equatorial , do MDA e da SPU soluções para suas reivindicações. Logo em Seguida, realizaram ato em frente a Caixa Econômica de São Brás para cobrar que o Programa Minha Casa Minha Vida seja melhorado e que algumas obras saiam do papel e tantas outras sejam concluídas.

Incra

Relacionadas ao Incra a principal pauta é a criação de projetos de assentamento e a infra estrutura em projetos já criados, assistência técnica, financiamento agrícola, entre outras. 

MDA e SPU

No MDA o diálogo girou em torno do avanço do  Pronatec Campo, do Terra Legal, que entregou 26 títulos nesta quinta (21), e a Fetagri está pautando um conjunto de áreas para serem regularizadas por meio do Terra Legal, debate que inclui o SPU. 

Luz Para Todos

Em relação ao Luz Para Todos, o debate principal foi em torno do preço da energia, o atendimento à famílias que ainda vivem na escuridão.

Caixa Econômica

A principal questão foi viabilizar o avanço do Programa Minha Casa Minha Vida, pois existem muitos projetos que não estão sendo liberados

Governo

Foi entregue a pauta para o chefe da Casa Civil no estado,  José Megale, com as seguintes reivindicações :

- Criação de um Programa de Infra Estrutura para Estradas, Igarapés e Furos, que possa colabora com o transporte da produção agrícola;

- Criação de Fundo Estadual para a agricultura familiar programa de garantir a mecanização , aquisição de sementes, adubos , produção de mudas de qualidade, o que viabilizaria o procedo de industrialização dos produtos agrícolas, como carne, leite, frutas.

Assistência técnica, segurança pública e educação também foram pautas debatidas neste primeiro momento.

Para o Presidente da Fetagri-PA, Diassis Solidade, a educação é um dos principais eixos, pois a desvalorização da educação, que já é grande no meio urbano, é ainda maior no meio rural, onde se tem uma evasão enorme por diversos motivos. Mesmo com a criação de mais duas universidades federais no estado, a falta de qualidade no ensino fundamental e médio dificulta a inserção da juventude paraenses na universidade, principalmente a juventude rural, é preciso investir na infraestrutura  de escolas, em concurso público, formação de educadores populares.

Para além de todas as outras pautas, a FETAGRI-Pará também propôs que o estado faça igual ao governo federal e invista pelo menos 30% do seus recursos na produção de alimentos que venham diretamente da agricultura familiar e que possam abastecer escolas, presídios e hospitais.