Na manhã desta sexta-feira (24), mais de duzentos sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores, CTB, MST e diversas entidades sindicais, realizaram um protesto em a Campo Grande (MS), contra o Deputado Eduardo Cunha (PMDB), principal articulador para aprovação do PL4330 das terceirizações, que vem retirar direitos dos trabalhadores.

Cunha estava participando da “Câmara Itinerante”, evento que está sendo realizado em diversas capitais do país, sob o pretexto de realizar um debate aberto com a população, segundo site oficial daquela Casa de Leis, “o programa leva a Câmara dos Deputados às diferentes regiões do País, para que os parlamentares ouçam as necessidades locais, acolham sugestões e ampliem a agenda legislativa nacional”. Evidentemente, não foi isso que aconteceu no Mato Grosso do Sul.

O evento dirigido por Eduardo Cunha (PMDB), não foi realizado na Assembleia Legislativa Estadual ou Câmara Municipal de Campo Grande conhecidas como “casas do povo”, ao invés disso, foi escolhida a sede da FIEMS (Federação das Indústrias do MS) entidade que representa os patrões, para realizar o debate referente ao tema Reforma Política, enquanto que a classe trabalhadora organizada em suas centrais sindicais e movimentos sociais nem sequer foram convidadas, e ainda seus manifestantes foram isoladas por seguranças, polícia militar e grades de contenção.

Segundo Genilson Duarte, Presidente da CUT-MS, “a Reforma Política é um projeto tão importante, que vai mexer com a vida das pessoas, com a cidadania delas, mas o Cunha vem aqui debater só com os empresários. Estamos em protesto contra a forma truculenta que este senhor conduz a Câmara Federal, ele foi o maior incentivador do PL 4330 das terceirizações que vai trazer enormes prejuízos aos direitos dos trabalhadores. Já temos estudos que comprovam que os trabalhadores terceirizados ganham 25% menos, que trabalham mais 3 horas por semana na média, e sofrem 80% dos acidentes de trabalho registrados no país”.

Por onde passa Cunha é carimbado com protestos contra sua condução na Câmara, suas posições conservadores contra a criminalização da homofobia e também sobre as matérias que retiram direitos da classe trabalhadora, tal como o PL4330 das terceirizações. Neste sentido, o deputado já foi alvo de protestos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e agora no Mato Grosso do Sul.

Alexandre Júnior Costa, dirigente estadual da CUT-MS foi na mesma linha, “Eduardo Cunha é quem lidera as ações dos empresários na Câmara Federal. Eu nunca ví empresário fazer doação aos milhões para os asilos, Apaes. Como diz o delator do caso de corrupção da Petrobrás, onde o senhor Cunha é citado, os empresários não fazem doação de campanha eles fazem empréstimos, que depois tem que ser pagos. Neste debate da Reforma Política, o Cunha inclusive, é a favor de continuar a ter no país financiamento privado de campanha, fonte de corrupção, mas do que comprovada neste país”, disse.