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24 horas de Solidariedade Feminista – 4º Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres

25/04/2015

Mulheres são a maioria nas relações de trabalho precarizado

Escrito por: Érica Aragão

Em 90 países mulheres fizeram hoje (24) ato contra a precarização das condições de trabalho às quais elas estão submetidas.

Em São Paulo o ato foi no estacionamento do Wal-Mart, a rede de supermercados na Barra Funda. “24 horas de solidariedade feminista” faz parte da 4º ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Além disso, foram relembradas a indignação em relação ao desabamento de um prédio em Bangladesh que matou muitas mulheres, e a precarização do trabalho no Brasil.

 “Esta ação acontece no Brasil num momento que a gente debate um tema muito importante que afeta a vida de todos os trabalhadores, principalmente das trabalhadoras”. Rosane Silva, da secretaria de mulheres na CUT, está se referindo ao Projeto de Lei que tramita agora no Senado, depois de ser aprovado na câmara. PL 4330 regulamenta a terceirização e precariza as relações de trabalho, inclusive na atividade fim.

24 de Abril foi escolhida porque há exatamente dois anos mais de 1000 pessoas morreram num desabamento de um prédio em Bangladesh. 80% das vítimas eram mulheres que trabalhavam em condições precárias e por salários baixíssimos, US$ 3 por dia, em média, menos de R$ 270 mensais. Rana Plaza, ficava localizado um complexo de oficinas têxteis que abasteciam redes de atacados, entre eles o Wal-Mart.

Depois do acidente, em Genebra, houve um acordo jurídico de segurança entre 190 marcas de vestuário, algumas instituições trabalhistas e a OIT, Organização Internacional do Trabalho. O acordo tinha como objetico de que as empresas com responsabilidade solidária, àquelas que compravam roupas destas confecções, pagassem indenizações às vítimas que ficaram impossibilitados de retornar ao trabalho e ás famílias das vítimas que perderam suas vidas neste grande “acidente”. O Wal-Mart foi uma das únicas empresas que não assinaram este acordo.  “Foi uma das redes que mais comprava roupas das fábricas de confecção de roupa em Bangladesh. Exigimos que eles assinem o acordo e paguem as indenizações proporcionais ao faturamento anual da empresa que está em torno de 450 bilhões”, afirma Celia Alldridge, ativista da Marcha Mundial das Mulheres. “Esta relação precarizada é resultado do trabalho terceirizado”, finaliza Célia."

Dulce Xavier, secretária-adjunta de políticas públicas para mulheres da prefeitura de São Paulo declara que a ação é uma denuncia contra a exploração sanguinária capitalista. "A terceirização é um processo de multiplicação de patrões para explorar e extrair lucro sobre trabalho de uma única pessoa, e, em geral são as mulheres que estão submetidas a este processo".

No Brasil a CLT, consolidação das leis de trabalho, e a constituição de 1988 garantem o direito dos salários iguais de homens e mulheres que ocupem a mesma função. Na prática não é bem assim que funciona. Hoje as mulheres ganham até 30% a menos que homens que trabalham na mesma função. Se com lei este direito não é cumprido, imagine com o PL 4330/2004 que regulamenta a precarização do trabalho?

“Precarização e terceizicação tem tudo a ver com o Projeto de Lei que foi aprovado na câmara nesta semana.  Bangladesh será aqui!”.  Afirma Sônia Coelho, militante da Marcha Mundial das Mulheres em São Paulo.

Para a cientista social e também militante da Marcha, Flavia Bigai, as mulheres são as mais prejudicadas com o Projeto de lei. “Hoje as mulheres, na maioria negras, são 70% dos 12 milhões de terceirizados,”, diz Flavia. 

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