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Não tem carro? Como o aumento da gasolina afeta a sua vida

22/02/2018

Com o golpista Temer, os brasileiros passaram a conviver com reajustes diários no preço da gasolina, que se tornou a segunda mais cara do mundo, além do aumento de outros produtos, como botijão de gás

Escrito por: Tatiana Melim

A política do governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) de reajustar os preços da gasolina e do diesel diariamente e de elevar os impostos sobre os combustíveis está pesando no bolso não apenas de quem precisa abastecer o carro ou a moto nos postos.

Quem não tem carro também sente os efeitos dos aumentos em tudo o que consome. O preço do gás de cozinha, que teve aumentos sucessivos no último período, e o transporte público mais caro são exemplos de como a atual política de Temer compromete o orçamento de toda a população brasileira.

Arte: Alex Capuano/CUTDesde julho de 2017, quando a Petrobras passou a reajustar os preços dos combustíveis quase todo dia e o governo aumentou em quase 30% as alíquotas de PIS/Cofins sobre os combustíveis, o preço da gasolina subiu cerca de 22% para o consumidor final e o gás de cozinha chegou a custar R$ 75,19 em novembro de 2017. 

Outras consequências dessa política, que tem impacto direto na inflação e no custo de vida dos brasileiros, são as altas nos preços dos fretes rodoviários, dos alimentos, das roupas e calçados, pois todos fazem parte da cadeia produtiva que depende dos derivados de petróleo, seja por causa do aumento nos preços dos transportes ou o uso dos combustíveis na produção dos produtos.

“É evidente que essa política tem encarecido o preço dos produtos ao consumidor final e tem feito com que a Petrobras perca mercado”, diz o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.

“Nos governos Lula e Dilma, as nossas refinarias estavam a plena carga, com condições de suprir o mercado interno e praticar preços acessíveis à população. Agora, por uma decisão do governo, reduzimos drasticamente a carga processada em nossas refinarias e aumentamos a importação”, denunciou o coordenador-geral da FUP.

“Temer diminuiu o papel do Estado e passou a incentivar o investimento privado. É um grande retrocesso e uma clara tentativa de atrair o capital estrangeiro para privatizar o setor de refino do Brasil”, criticou Rangel.

[SAIBA_MAIS] Em 2017, foram importados mais de 200 milhões de barris de derivados de petróleo, número recorde da série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Dados do Ministério de Minas e Energia mostram que cinco refinarias da Petrobras (Rlam, Reman, Reduc, Refap e Rpcc) já operam com capacidade inferior a 75%.

“Esse é o resultado desastroso da gestão do golpista Temer desde que colocou Pedro Parente, o seu representante direto, no comando da Petrobras. Temer e Parente são unha e carne”, ironizou Rangel.

Segunda gasolina mais cara do mundo
Outro resultado desastroso da atual política de Temer para o setor é o fato de que o Brasil passou a ter a segunda gasolina mais cara dentre os maiores produtores de petróleo do mundo, conforme apontou levantamento da consultoria Air-Inc, que consolida estatísticas globais de custo de vida e mobilidade. 

Em 2017, o Brasil foi o maior produtor de petróleo da América Latina, superando o México e a Venezuela. Mesmo assim, o preço da gasolina ao consumidor final bateu recordes de aumento.

O técnico do Dieese na subseção da FUP, Cloviomar Cararine, explica que a contradição entre o fato de o Brasil ser um grande produtor e praticar preços altíssimos é fruto de uma decisão política do governo e da atual gestão da Petrobras que privilegia o mercado externo e não o nacional.

Ele explica que o governo voltou a praticar os reajustes dos preços de acordo com as oscilações do petróleo no mercado internacional, como era feito no governo do tucano FHC – 1995 a 2002 . “Aumenta o preço do barril de petróleo lá fora, aumenta aqui também”, explica o técnico do Dieese.

Para se ter uma ideia de como funciona essa variação, basta analisar as alterações no valor da gasolina da semana passada para cá. Nesta segunda-feira (19), a gasolina passou a ser vendida pela estatal a R$ 1,5148 o litro, uma alta de 1,82% em relação ao preço vigente na sexta-feira (16). Já o diesel teve um aumento de 1,5%.

“Em uma semana, podemos ter até dois realinhamentos de preços. O que acontece na prática é que o valor nunca diminui”, conclui Cloviomar.

Era Temer e a volta da instabilidade
O coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, critica os aumentos diários nos preços, sem transparência e sem o controle do consumidor.  

“Da forma como está, isso significa que, se a OPEP resolver fechar as torneiras amanhã, os consumidores brasileiros é que vão pagar o preço e não saberão disso”, explica, relembrando diversos momentos da história em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) interferiu na economia mundial ao tentar controlar o valor do barril de petróleo.

Rangel recorda-se, por exemplo, que, entre outubro de 1973 e março de 1974, o preço do petróleo aumentou 400%, desestabilizando a economia por todo o mundo.

“Essa política de Temer e Parente deixará o Brasil de novo completamente vulnerável a qualquer problema internacional”, lamenta.

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