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Bancários do RS lançam campanha em defesa dos direitos dos trabalhadores

26/07/2016

Manifestação tem apoio da CUT-RS

Escrito por: CUT-RS

A luta contra os golpistas abriu uma nova frente de resistência nesta sexta-feira (22), em Porto Alegre. A Fetrafi-RS, o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e os sindicatos do Interior, com o apoio da CUT-RS, lançaram no final da manhã a Campanha em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores, com uma caminhada pelas ruas do centro da capital gaúcha até o prédio do INSS, onde foi realizado um ato.

Durante o trajeto, que começou na rua Fernando Machado e seguiu pela avenida Borges de Medeiros e ruas Riachuelo, Caldas Júnior, Siqueira Campos e Uruguai, os dirigentes sindicais denunciaram os ataques aos direitos trabalhistas, gestados pelo governo interino de Michel Temer.

O objetivo da Campanha é despertar os bancários e os trabalhadores em geral para a importância da luta coletiva neste momento de resistência ao golpe. A idéia é também estimular a participação efetiva da categoria no enfrentamento à política de precarização do trabalho e corte de direitos.

Conquistas históricas estão ameaçadas

As conquistas garantidas através da CLT estão em risco graças a projetos de lei em andamento no Câmara e no Senado. Além da flexibilização de direitos, essas propostas extinguem direitos conquistados com muita luta pela classe trabalhadora ao longo das últimas décadas no Brasil.

Entre as mais nefastas propostas estão a terceirização das atividades fim das empresas, que irá reduzir salários e direitos, precarizar as condições de trabalho e acabar com a organização sindical das categorias. Outra proposta crucial para os trabalhadores é a prevalência do negociado sobre o legislado, o que significa rasgar a CLT. Além disso, está na pauta dos golpistas a reforma da Previdência, com a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres e a desvinculação do reajuste dos benefícios do aumento do salário mínimo.

Manifestação em defesa dos direitos e das empresas públicas

Durante a caminhada, os bancários fizeram uma manifestação em frente ao prédio da direção geral (DG) do Banrisul. O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, e o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, chamaram a atenção dos banrisulenses para a importância de defender os direitos dos trabalhadores e lutar contra a retomada das privatizações e os projetos que ameaçam as empresas públicas.

A mobilização terminou com a realização de um ato, na travessa Mário Cinco Paus, em frente ao prédio do INSS. Houve pronunciamentos do diretor da Contraf-CUT, Mauro Salles, do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo e do diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Baes Bacelo. Eles destacaram que somente a luta unificada de todas as categorias pode evitar retrocessos, sobretudo após as eleições municipais de outubro.

Desmonte começou com extinção do Ministério da Previdência

“O golpista do Temer tem um objetivo, que é fazer o serviço para as elites, atacando os direitos dos trabalhadores. O ataque já ocorreu e o desmonte já começou com a extinção do Ministério da Previdência, que administrava 21% da receita nacional. Essa grana foi colocada no caixa comum da Fazenda e vocês sabem o que acontece. Aí paga se tiver dinheiro e, se não tiver dinheiro, não paga”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir. Nespolo.

“Nós não vamos ver isso no Fantástico porque a Rede Globo está junto no golpe. O ataque está vindo no varejo. Até as eleições de outubro, eles não vão colocar isso no papel, mas ele já está acontecendo através das demissões”, afirmou Claudir.

“Os bancários começam a se levantar”

“Os bancários começam a se levantar”, apontou o dirigente da CUT-RS ao elogiar a campanha lançada pela Fetrafi-RS e sindicatos filiados. Segundo ele, “não é verdade que tudo está bem, pois o setor financeiro drena a produtividade e a renda do país e não repassa para a categoria e a sociedade.

Segundo Claudir, os ataques à Previdência, à CLT e à Justiça do Trabalho visam desmontar o legado de proteção social. “Isso não é pouca coisa”, ressaltou Claudir. Ele alertou que “eles querem arrancar o couro do trabalhador” ao denunciar que “os lacaios do golpe estão convocando mais de 500 mil trabalhadores doentes para serem examinados por peritos, que mal olham para a pessoa, mas que irão receber R$ 60 para cada revisão”.

“Jamais um presidente da República, que pedisse o voto dizendo que iria mexer com os direitos dos trabalhadores, se elegeria”, salientou Claudir. “Os golpistas estão a serviço dos grandes empresários sonegadores”.

Defesa da Previdência, da CLT e da Justiça do Trabalho

O presidente da CUT-RS destacou ainda que “o golpe não foi contra a corrupção”. Ele contou que “tem muito ‘coxinha’ hoje arrependido de ter usado a camiseta da CBF e ido às ruas gritar contra o PT e a presidenta Dilma, pois agora vê o golpista do Temer atacar os direitos dos trabalhadores”.

Ao concluir, Claudir convocou os bancários a participarem do ato das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a ser realizado no próximo dia 31, às 14h, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. “Não ao golpe! Fora Temer! Nenhum direito a menos”, enfatizou.

Mais desafios para a resistência dos trabalhadores

Para o diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo,”hoje é só o lançamento da nossa campanha e escolhemos encerrar aqui, em frente à Previdência Social, para mostrar que os ataques já começaram, seja com a extinção do ministério, seja na reconvocação daqueles que provaram os agravos do trabalho e agora não têm o reconhecido o adoecimento”.

“Os golpistas mentem diariamente quando dizem que a Previdência tem déficit e por isso é preciso fazer a reforma. Todos os especialistas, inclusive auditores da Receita afirmam que a Previdência não tem déficit, mas o que existe é a utilização de recursos para gestão de outras áreas pelo governo federal”, enfatizou Juberlei.

“A luta coletiva garantiu os nossos direitos” 

“Temos uma campanha salarial pela frente, mas essa campanha em defesa de direitos terá maior fôlego e precisamos mostrar a esse presidente golpista, que ele não vencerá a resistência da classe trabalhadora. Nós aprendemos que a luta coletiva é que garantiu os nossos direitos. A luta coletiva não permitiu que os banqueiros arrochassem os nossos salários e será a luta da classe trabalhadora que vai resistir e derrotar esta visão de que nós temos que pagar pela crise”, salientou o dirigente da Federação.

“Que os bancos paguem pela crise! Que os ricos paguem pela crise, mas não a classe trabalhadora! A Campanha está lançada. Esperamos que cada um, cada uma, seja responsável para que esta campanha chegue a todas as cidades, em todos os locais de trabalho, para que cative os bancários e nos tornemos milhares. Então, junto com as demais categorias, criaremos a grande resistência neste país pela manutenção dos nossos direitos”, finalizou Juberlei.

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