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Comissão Nacional da Verdade convoca 41 agentes da repressão para depor até 1º de agosto

22/07/2014

Condução coercitiva poderá ser acionada em caso de falta injustificada

Escrito por: CUT Nacional*

 

Começou nesta segunda (21), em Brasília, o mutirão da Comissão Nacional da Verdade para a tomada de depoimentos de 41 agentes da repressão. Os depoimentos do mutirão serão colhidos até 1º de agosto. Dos cinco agentes convocados para esta segunda (21), quatro compareceram: Eudantes Rodrigues de Faria, Gerci Firmino da Silva, Jamiro Francisco de Paula e Deoclécio Paulo. Apenas Bolívar Mazon se ausentou. Ele encaminhou à CNV um atestado médico.

 

Faria, Silva e De Paula, ex-integrantes do Exército, atuaram na Operação Sucuri, uma ação de inteligência e infiltração realizada pela força em 1973 na região do Araguaia, antes das operações militares que dizimaram os participantes da guerrilha.

 

Em seus depoimentos, todos negaram a participação em combates com integrantes da guerrilha, e em prisões, tortura e mortes, afirmando que atuaram somente em ações de levantamento de informações, infiltrados como posseiros ou agentes de combate à malária.

 

Um dos depoentes, entretanto, admitiu que a Casa Azul, em Marabá, era local de prisão e interrogatórios. Os três, após servirem no Araguaia, atuaram no Serviço Nacional de Informações (SNI).

 

Deoclécio Paulo, militar do Exército, foi adido militar na Embaixada do Brasil, em Santiago. Depoimentos e documentos indicam que ele esteve no Estádio Nacional do Chile, onde foram presos, torturados e mortas pessoas presas logo após o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973. No estádio também foram presos brasileiros, inclusive Vânio José de Matos, que morreu em consequências das torturas que sofreu. Paulo negou ter estado no Estádio.

 

CONDUÇÃO COERCITIVA 

Após o término dos depoimentos, os membros da CNV que colheram os depoimentos, o coordenador, Pedro Dallari, José Carlos Dias, Paulo Sérgio Pinheiro e Rosa Cardoso, tiveram uma reunião de trabalho com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para tratar da questão da condução coercitiva dos agentes públicos que faltaram reiteradamente ou sem justificativa às convocações da CNV.

 

Segundo Dallari, o ministro da Justiça afirmou que entende que a condução coercitiva de agentes convocados que faltam a depoimentos está em sintonia com a lei que criou a Comissão Nacional da Verdade e que aguardará os pedidos da CNV para acionar a Polícia Federal quando necessário.

 

*com informações da Comissão Nacional da Verdade

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