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Greve da construção civil em Campo Grande (MS) tem adesão de quase 90% dos trabalhadores das obras visitadas

24/04/2014

Sindicato e Federação comemoram a conscientização da categoria e esperam resposta dos patrões

Escrito por: Sérgio Souza Júnior - CUT/MS

 

A greve da construção civil de Campo Grande (MS) começou na manhã desta quarta-feira (23) em pelo menos 12 canteiros de obras da cidade. Segundo avaliação preliminar do Sintracom, algo em torno de 5 mil trabalhadores pararam, buscando aumento salarial, a melhoria do ambiente de trabalho e combatendo à terceirização, outra marca deste movimento.

 

O apoio dos trabalhadores a greve está sendo um diferencial, a categoria cruzou os braços em todas as obras que tiveram ação grevista nesta quarta-feira. De forma pacífica e muito tranquila, pelo menos 90% dos trabalhadores aderiram à greve, dentre as obras visitadas.

 

Os trabalhadores buscam equiparação salarial com outros estados da federação, inclusive que recebem mais, pelo mesmo serviço, pago pelas mesmas empreiteiras, como é o caso da Plaenge que também opera no Paraná, ou da MRV que opera em diversos estados do país.

 

Jose Abelha Neto, Presidente do Sintracom - CG comentou o dia de hoje. "Eu estou surpreso, algo em torno de 90% de paralisação nas obras que visitamos representa muita confiança do trabalhador em nossa proposta. Agora, pretendemos mobilizar para a greve, algo em torno de 20 mil trabalhadores na capital”.

 

Durante sua intervenção na ação de greve, Abelha afirmou “5,39% é um desrespeito ao trabalhador, acreditamos que o patronal de hoje não sabe trabalhar, por que se valorizasse o operário, ele teria um trabalhador satisfeito e por consequência um canteiro de obra melhor... É importante frisar, nós também estamos pleiteando outros benefícios para a categoria como a cesta básica, ticket alimentação, café da manhã, itens que inclusive constam na convenção coletiva. Por estes motivos, vamos realizar na sexta-feira (25) uma grande mobilização no centro de Campo Grande, para pedir apoio da sociedade e demonstrar o descaso do sindicato patronal com os trabalhadores da construção civil".

 

Luiz Queiroz, Vice-Presidente da CONTICOM (Confederação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores da Construção Civil e Madeira) está acompanhando a Greve de Campo Grande, ressaltou para nós, “já são mais de 300 mil trabalhadores no país que pararam ou realizaram protestos por aumento salarial, desde o início do ano. O caso do Mato Grosso do Sul é emblemático, o piso salarial daqui é muito baixo, um dos menores da federação, não tem cesta básica, ticket alimentação, é uma situação fora da realidade do brasil. Aqui, os empresários dizem na imprensa que querem conversar, mas só conversar não adianta, tem que ter proposta de aumento real para os trabalhadores”.

 

Diversas

O Presidente da CUT-MS, Genilson Duarte, está participando ativamente do movimento e afirmou “esta greve é legítima, o nível de exploração dos trabalhadores é muito alto no canteiro de obras, os salários são muito baixos e para piorar, as empresas daqui usam muito da terceirização da mão de obra, que gera muitos prejuízos aos trabalhadores, pois reduzem seus direitos. Estamos aqui apoiando a Greve junto com nossos dirigentes da construção civil e esperamos alcançar uma vitória nas negociações, com aumento real de salário para os trabalhadores”.

 

Já Webergton Sudário, Presidente da Federação dos Trabalhadores na Construção Civil e do Mobiliário do MS, comentou “Estamos começando nossa ação grevista por Campo Grande, o que acontece na capital influencia e estimula outros trabalhadores dos municípios do interior do estado a fazer a luta também, como é o caso de Três Lagoas, onde pelo menos 8 mil trabalhadores vem pressionando o patronal sobre as negociações salariais deste ano”.  

 

Descaso dos patrões

O Sintracom (Sindicato da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande – MS)  entregou a proposta de negociação salarial em meados do mês de fevereiro deste ano. O Sindicato patronal fez uma contraproposta mais de 70 dias depois, oferecendo 5,39% de aumento salarial, que não corrige a inflação do período. Segundo o IPCA, o índice dos últimos 12 meses corresponde a 6,15%.

 

O Sinduscon, Sindicato das Indústrias da Construção Civil do MS, apenas disse que estava à disposição para negociação, mas não apresentou contraproposta efetiva para retornar a mesa e alardeou na imprensa que estavam com medo de haver depredação nos canteiros de obras, fato que não ocorreu.

 

Solidariedade Sindical

Dirigido pelo Sintracom (Sindicato da Construção civil e do Mobiliário de Campo Grande - MS) filiado a CUT, junto com sua Federação Estadual, a FETRICOM, a Conticom, sua Confederação Nacional do ramo e a CUT-MS, a greve também conta com a participação dos sindicatos da Construção Civil de  Dourados, Rio Brilhante e Rio Verde, além de receber apoio dos sindicatos cutistas e dos movimentos sociais.

 

A greve continua nesta quinta-feira (23) nos canteiros de obras da cidade, o Sintracom e a Fetricom convocaram uma mobilização da categoria, para a próxima sexta-feira (25), onde pretendem informar a sociedade sobre a situação precária dos trabalhadores da Construção Civil do estado.

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